"E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também."
Oswaldo Montenegro
domingo, 29 de junho de 2008
sexta-feira, 27 de junho de 2008
domingo, 22 de junho de 2008
domingo, 15 de junho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
sábado, 7 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Quero dizer-te uma coisa simples
Quero dizer-te uma coisa simples: a tua
Ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não
Magoa, que se limita à alma; mas que não deixa,
Por isso, de deixar alguns sinais - um peso Nos olhos, no lugar da tua imagem, e
Um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes
Tivessem roubado o tacto. São estas as formas
Do amor, podia dizer-te; e acrescentar que
As coisas simples também podem ser complicadas,
Quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade.
Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a
Realidade aproxima-me de ti, agora que
Os dias correm mais depressa, e as palavras
Ficam presas numa refracção de instantes,
Quando a tua voz me chama de dentro de
Mim - e me faz responder-te uma coisa simples,
Como dizer que a tua ausência me dói.
Nuno Júdice
Ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não
Magoa, que se limita à alma; mas que não deixa,
Por isso, de deixar alguns sinais - um peso Nos olhos, no lugar da tua imagem, e
Um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes
Tivessem roubado o tacto. São estas as formas
Do amor, podia dizer-te; e acrescentar que
As coisas simples também podem ser complicadas,
Quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade.
Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a
Realidade aproxima-me de ti, agora que
Os dias correm mais depressa, e as palavras
Ficam presas numa refracção de instantes,
Quando a tua voz me chama de dentro de
Mim - e me faz responder-te uma coisa simples,
Como dizer que a tua ausência me dói.
Nuno Júdice
domingo, 1 de junho de 2008
te
- Eu dizia que o amor era uma doença fora de moda, menos contagiosa e manifestada muitas vezes pela boca com frases todas elas sinónimo de “é bom estar vivo”.
- Tu colocavas esses dedos esguios, essas estradas, olhar e talvez um ou dois contornos de cabelo, caracóis que eu sentia, como afinal a lua sempre existir.
- Tu colocavas esses dedos esguios, essas estradas, olhar e talvez um ou dois contornos de cabelo, caracóis que eu sentia, como afinal a lua sempre existir.
- E desejavas
- Me
- Eu pensava vezes demais que a solução seria não pensar, ou apenas pensar em ser bicho e passar a sentir apenas, transformar-me em noção de epiderme, transformar toda a crosta terrestre numa certa dose de epiderme comprida e óssea. E amar-te como a única epiderme distinta dessa crosta. Puseste um dedo na chávena. Outro na minha boca. Passavas assim horas inteiras, ou minutos do tamanho de horas, tanto faz. Havia e conseguias surpreender-me no nascer inédito de tanta coisa impressa antes.
- Afasta agora as pernas. Toma.
- Eu dizia que talvez fosse tarde demais para voltar atras. E não sabia se devia gostar-me aflito ou satisfeito demais, de não me poder, por direito sentir nunca mais aflito.
- Tu reparavas em coisas súbitas surgidas sabe-se bem de onde, enquanto me reparavas peças avariadas sabe-se pouco porquê.
- Morde aqui. Joguei à macaca contigo no tempo. A pedra, o saber estar das nossas línguas no aconchego dos minutos. Cada salto um beijo.
- Agora estás a sorrir.
- Me
- Coisa gémea. Conheço-te as ancas de cor. Mesmo quando são as ancas da boca.
- Tinhas sede. Inundação.
- Me
- Eu pensava vezes demais que a solução seria não pensar, ou apenas pensar em ser bicho e passar a sentir apenas, transformar-me em noção de epiderme, transformar toda a crosta terrestre numa certa dose de epiderme comprida e óssea. E amar-te como a única epiderme distinta dessa crosta. Puseste um dedo na chávena. Outro na minha boca. Passavas assim horas inteiras, ou minutos do tamanho de horas, tanto faz. Havia e conseguias surpreender-me no nascer inédito de tanta coisa impressa antes.
- Afasta agora as pernas. Toma.
- Eu dizia que talvez fosse tarde demais para voltar atras. E não sabia se devia gostar-me aflito ou satisfeito demais, de não me poder, por direito sentir nunca mais aflito.
- Tu reparavas em coisas súbitas surgidas sabe-se bem de onde, enquanto me reparavas peças avariadas sabe-se pouco porquê.
- Morde aqui. Joguei à macaca contigo no tempo. A pedra, o saber estar das nossas línguas no aconchego dos minutos. Cada salto um beijo.
- Agora estás a sorrir.
- Me
- Coisa gémea. Conheço-te as ancas de cor. Mesmo quando são as ancas da boca.
- Tinhas sede. Inundação.
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Doença (manuel cintra)
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